A Região Amazônica remonta aos primeiros habitantes do país e às primeiras manifestações de abrigos para as atividades humanas.
Observando a lógica de algumas dessas edificações e a cultura tecnológica e construtiva vernacular, encontramos os elementos chave que norteiam o partido arquitetônico do Planetário do Acre.
A estrutura em arcos travejada por peças de madeira criam uma trama envolvente e acolhedora que, sem a cobertura de palha, filtram a luz, conferem visibilidade e uma íntima relação entre o interior do edifício e o meio ambiente externo.
A opção pela estrutura metálica permite maior racionalização do processo construtivo, pois os elementos estruturais são produzidos fora da obra e apenas montados no local.
Isso possibilita um canteiro seco e limpo e a minimização do desperdício de materiais, sem esquecer a reciclagem das peças após a vida útil da obra.
O edifício foi implantado no centro do espelho d’água existente, de forma que o setor administrativo se voltasse para a face sudoeste, mais silenciosa, onde predomina uma vegetação densa de grande expressão paisagística.
A área social e o acesso ao planetário foram definidos através da face nordeste, estabelecendo-se um contato visual direto com a cidade.
No trapiche de acesso, foi reservada uma área para observação com telescópios. As funções do edifício foram ampliadas com a criação de um espaço multiuso na laje de coberta, propício a exposições e manifestações artísticas e culturais ao ar livre.
Os beirais proeminentes protegem o corpo do edifício, enquanto que casca envoltória em brises filtra a insolação sobre a laje de cobertura. As aberturas nas fachadas nordeste, noroeste e sudoeste possibilitam a ventilação cruzada nos ambientes e a redução da dependência da ventilação mecânica.
Ficha técnica
Autores: Oliveira Júnior e Davi de Lima
Consulta – estrutura: Arquitrave
Consulta – instalações: Thiago Mousinho
Renders: Rodrigo Rathge
Localização: Rio Branco/AC
Ano: 2009